Ontem à tarde,
enquanto comprava pães em uma padaria próxima à minha casa,
presenciei a transmissão “ao vivo” da posse do “novo”
presidente, Michel Temer. A cena me fez lembrar do velho Marx
segundo o qual a história nunca se repete, a menos que seja pela
tragédia ou pela farsa.
Tragédias e farsas
fazem parte do nosso contexto político, infelizmente, muito mais do
que julgaríamos ser algo “aceitável”.
Como entender o que
está acontecendo neste país? Uma presidente, eleita pelo voto
popular é destituída de seu cargo, em nome de um suposto “crime”
que não cometeu e que todos sabem que não cometeu.
Mesmo assim, é
julgada, e afastada por por um parlamento que não tem condições de
julgar com retidão nem mesmo os seus próprios pares.
Como entender mais
esta “tragédia” da vida nacional brasileira?
Aqui, mais uma vez,
“tragédia” e “farsa” andam de mãos dadas.
Pois bem, escrevo as
linhas abaixo, como um desabafo, a quem interessar possa...
Existem dois
projetos políticos para o Brasil que correspondem a dois modelos de
Estado:
Um projeto de
integração ao capitalismo global (com expropriação das riquezas
nacionais e sua apropriação privada).
Este projeto se
conjuga ao Estado Neoliberal, ou seja, a uma concepção de estado
mínimo, enxuto, que deve funcionar como uma empresa, que deve
reduzir os gastos sociais, e garantir ao capital sua reprodução
ampliada.
Outro projeto é o
do desenvolvimento nacional (com ampliação do mercado interno) e
cautela em relação à administração das riquezas nacionais.
A este segundo
projeto se conjuga um modelo de estado neodesenvolvimentista, com
políticas públicas de:
- Combate à fome
(redistribuição mínima de renda);
- Garantia de
direitos trabalhistas;
- Desenvolvimento e fortalecimento da educação, como:
- Construção de
universidades;
- O Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID);
- Políticas de
acesso à educação superior:
- Cotas (raciais e
sociais);
- PROUNE (com
bolsas parciais e integrais de estudo em universidades privadas);
- Ampliação do
FIES;
- Políticas de acesso à moradia:
- Políticas de acesso à moradia:
- Linhas de crédito
imobiliário destinado às populações de baixa renda;
- Subsídio para
imóveis de baixo valor de mercado, destinados às populações de
baixa renda.
Em relação aos
diferentes projetos para o Brasil, caberia levantar algumas questões
importantes:
Qual é o projeto
de país que a elite econômica brasileira quer?
No Brasil, as
classes positivamente privilegiadas no mercado estão preocupadas com
o combate à fome, com o combate ao analfabetismo, com o combate à
pobreza?
A população
brasileira tem consciência da dívida moral que o Brasil tem com os
afrodescendentes?
A população
brasileira tem consciência da dívida moral para com as populações
autóctones brasileiras, indevidamente denominadas como “populações
indígenas”?
No Brasil existe uma
diferença muito grande entre a história e a “história oficial”.
Vamos pegar como
exemplo algo sobre o qual os “brasileiros” nem refletem mais.
Vejamos o caso dos “índios”.
Qual é o papel
atribuído aos índios na história do Brasil?
O papel de sujeito
alheio ao processo de “civilização” representado pelos
colonizadores/conquistadores europeus.
O índio sempre foi
pensado como um “entrave”, um “obstáculo”, mais
recentemente, até mesmo como um “estorvo” ao “progresso”.
Por baixo destas
ideias existe uma história que foi apagada da mente dos
“brasileiros”.
Os índios foram
muito importantes na colonização brasileira.
Por muitos anos, a
principal língua falada no Brasil não foi a língua portuguesa, mas
sim o Tupi.
Como diz Darcy
Ribeiro, nós só não somos um país bilingue por causa da gana dos
portugueses.
Observem os nomes da
toponímia paulista: Araçatuba, Araraquara, Avaré, Barueri, Bauru,
Botucatu, Butantã, Caraguatatuba, Guaratinguetá, Ibirapuera,
Indaiatuba, Itaquaquecetuba, Piracicaba.
Todos estes nomes
são Tupi. Por que estas regiões receberam estes nomes? Foi porque
os portugueses acharam “bonitinhos”, “agradáveis”, ou teria
sido pelo seu “exotismo”? Claro que não, receberam esta
denominação porque eles eram significativos no período. Eles
faziam parte da língua que era falada!
A nomenclatura Tupi
não está restrita à topografia de São Paulo. Ela está presente
em muitos outros locais, como por exemplo:
Iguaçu, Iguatemi,
Itajaí, Mandaguari, Paraná, Paranaguá, Tatuapé, Tijuca...
Até mesmo
“Curitiba” (que em Tupi significa um ajuntamento de pinheiros).
Quais são as
representações sociais sobre os “índios” no Brasil?
- Eles são tidos
como “indolentes”, “preguiçosos”, “vagabundos”,
“aculturados” etc.
- Acredita-se que
eles “não serviam para o trabalho escravo”, e que por isto o
Brasil teve que importar os negros, trazidos da África.
Enquanto
brasileiros, ignoramos que grande parte da colonização brasileira
foi feita através de trabalho escravo indígena.
Por isto, o índio
brasileiro já chegou a ser considerado como o “negro da terra”.
Mas o que sabemos
sobre estas coisas?
Absolutamente nada.
O que sabemos sobre
o papel do negro na produção da riqueza brasileira?
Nada! Eles foram
gastos como “sacos de carvão” na indústria do engenho de açúcar
no Brasil!
Após a abolição
da escravidão o que foi destinado a eles?
Nada. Para
sobreviver abarrotaram as periferias das cidades, já que com a “Lei
de Terras, criada em 1850” toda a terra brasileira tinha dono e
assim, logo após a abolição da escravidão, negro aforriado não
tinha como ter acesso à terra para dela tirar sua subsistência.
Voltando aos índios,
quando da colonização do Brasil, houve uma disputa entre dois
projetos políticos para lidar com as populações indígenas
brasileiras:
Por um lado, havia o
projeto português para explorar as novas terras e dela extrair a
maior quantidade de riquezas possível.
Por outro lado,
havia o projeto espanhol de catequizar os índios e construir uma
república pia com a população autóctone.
Surgiram as missões
jesuíticas que abrangiam partes dos território sul brasileiro, e
dos território que atualmente fazem parte da Argentina e do
Paraguai.
Estas missões
organizaram verdadeiras cidades indígenas, altamente organizadas e
autossustentáveis.
Na disputa entre os
missionários e os portugueses, qual projeto prevaleceu?
Não é difícil
“advinhar” a resposta: o português.
O que aconteceu com
as missões jesuíticas?
Foram assaltadas
pelos bandeirantes paulistas que aprisionaram os índios e os levaram
para vender como escravos para o sudeste e nordeste brasileiro.
O que a maior parte
da população brasileira sabe a respeito desta história no Brasil?
Nada.
Ficaram as ruínas
das construções, que na cabeça dos “brasileiros” são no
máximo mais um dos “pontos turísticos” que podem ir a ser
visitados, como por exemplo, é o caso dos Sete Povos das Missões no
atual estado do Rio Grande do Sul.
O que nós
brasileiros, sabemos sobre nós mesmos?
O que nós
brasileiros sabemos sobre nossa inserção na história?
O que sabemos sobre
a história dos nossos irmãos latino-americanos?
O que somos hoje e o
que seremos no futuro, está ligado ao nosso passado colonial, e às
nossas mazelas histórico-sociais que se seguiram.
A política não
anda “sozinha”. Ela não é uma esfera autônoma da realidade
social, que de tempos em tempos precisa ser expurgada, para retomar o
seu “caminho natural”.
Vamos fazer um
“combate à corrupção”, vamos afastar uma presidente eleita e
vamos deixar as coisas voltarem à “normalidade”.
Não existe
“normalidade”, a sociologia, a antropologia e a ciência política
nos ajudam justamente a “desnaturalizarmos o mundo social”, a
reconhecermos como ele foi constituído e é dialeticamente
(re)produzido.
A política nunca
para. Ela está em constante “movimento”.
O que precisamos
fazer? Precisamos montar as peças do tabuleiro. Não temos apenas um
quebra-cabeças a reconstituir sobre o Brasil. Fazemos parte de um
jogo muito importante, e muitas vezes, não nos reconhecemos como
componentes deste jogo.
Há décadas se fala
que a educação é o caminho para o desenvolvimento do nosso país.
Pois bem, ela não é o apanágio para os dilemas brasileiros. Mas de
fato ela é fundamental!
Porém, já houve
momento histórico no qual a educação fosse tão pouco valorizada
como é nos dias de hoje?
Estamos em 2016,
para muito de nós o “futuro já chegou”.
Sou nascido na
década de 60. Quando era criança, imaginava o que seria nos anos
2000. Sempre gostei muito de tecnologia, sonhava com o que futuro
poderia nos reservar.
Hoje vivemos a ideia
da “aldeia global”. Nunca as comunicações foram tão rápidas
como atualmente. Muito da ficção científica da década de 70, se
tornou realidade. Telefone celular, internet, mídias digitais.
Porém, se por um
lado a tecnologia trouxe muitos avanços, por outro lado, ela tem
possibiitado tremendos retrocessos.
Nunca se comunicou
tanto no planeta Terra como hoje. Em contrapartida, nunca houve tanta
“desinformação”, principalmente no Brasil.
Ao lado das redes de
telecomunicações, como no Brasil, a “Rede Globo” há as redes
sociais, que tem como substrato a internet.
A internet integrou
o mundo! Posso comprar o que quiser em qualquer lugar do mundo e
fazer operações financeiras em tempo real.
Quais foram os
avanços que as redes sociais trouxeram?
Elas “aproximaram
as pessoas”, agora podemos percorrer o globo com apenas alguns
cliques no mouse. Resultado da globalização! Posso conversar com
qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento, com
som e com imagem! Viva a globalização tecnológica!
Mas este poder
comunicacional trouxe avanços para sabermos quem somos, de onde
viemos, para refletirmos para onde vamos?
Infelizmente, não!
O que assistimos
pela “rede” é a demonização da política, é o desenvolvimento
de todo tipo de preconceito social, como a homofobia por exemplo. Há
um recrudescimento dos preconceitos contra grupos, seja por questões
raciais, regionais, étnicas ou mesmo sexuais.
Que avanço!!!
Parece que ao invés
de “evoluirmos” no que se refere a questões como o “respeito”
à humanidade, involuímos no sentido de atingirmos patamares da mais
baixa condição possível de sociabilidade, a do desprezo, da
difamação e da violência simbólica contra o alterno (aquele que
não faz parte do “meu grupo”, seja ele social, afetivo ou
político).
Se por um lado,
através do facebook, as pessoas se projetam com suas máscaras
sociais, por outro lado, muitas vezes elas se “desnudam” no que
diz respeito aos seus preconceitos.
É como se o vitual
estimulasse os indivíduos, ao mesmo tempo, a mostrar aquilo que eles
querem que as pessoas vejam deles, ou a forma como querem serem
vistos, e também possibilitasse demonstrar aquilo no qual eles
verdadeiramente acreditam. Num mesmo produto, parte da aparência e
parte da essência.
Talvez estejamos
frente a uma nova forma de (re)construção das identidades, uma
forma mais tecnológica, mas também ainda mais narcisística.
Assim, ao invés de
usarmos a tecnologia para progredirmos, para conhecermos e
respeitarmos as diferenças, a utilizamos para nos alienar cada vez
mais da realidade.
Além da
desinformação das redes sociais, há o entretenimento digital
revisitado, agora não mais como ficção a ser consumida, mas como
competição narcisista entre internautas.
Não basta ter o
carro do ano, não basta fazer a “viagem dos sonhos”, não basta
estar com as “pessoas” amadas. É necessário mostrar,
exteriorizar, publicar, publicizar a individualidade e em alguns
casos até mesmo a mais grotesca intimidade, como se fizéssemos
parte de um grande reality show.
Enquanto isto, o
mundo ao nosso redor, muda o tempo todo, e nós corremos o risco de
sermos apenas espectadores olhando para nossos “espelhos digitais”.
Ou no máximo coadjuvantes de um roteiro muito bem traçado, sem
sequer saber, que fazemos parte da grande trama “global”.
De tempos em tempos,
podemos ser chamados “a atuar” no grande “circo”, para
demonstrar nosso potencial de manifestação social “espontânea”.
Mas a maior parte das vezes, somos chamados a assumirmos nosso papel
de “telespectadores” da realidade social brasileira.
Sentados em nossas
poltronas, seja no conforto da sala de estar, seja atrás dos
volantes dos nossos veículos, seja atrás das mesas de escritório,
nos bancos escolares, ou mesmo nas fábricas, todos nós temos uma
função principal a ser repetidamente desempenhada: a de sermos
espectadores dos novos capítulos que virão.
De tempos em tempos,
mudam os personagens, mas a dramaturgia sempre segue a mesma linha e
o mesmo modelo. É como se assistíssemos sempre e repetidamente uma
mesma trama, mas sem conseguirmos perceber.
Enquanto isto, o
país parece seguir o seu destino. Rumo à “justiça” e ao “fim
da corrupção”. Que legal! Presidente novo! Hino Nacional! Isto me
faz lembrar da minha infância, quando via o General Geisel
discursando na TV, enquanto brincava com meus carrinhos na sala da
minha casa.
Parece que nada
mudou. Afinal, a velha questão da ordem!
Brasil, “ordem e
progresso”!
Brasil, “ame ou
deixe-o”!
Ordem de quem? Ordem
para quem? Qual é o projeto de país que está retomando ao poder
hoje?
Não é à toa
que temos assistido ao crescimento do pensamento conservador no
Brasil.
Este pensamento
fornece parte da base ideológica para a retomada do poder no país.
Nada melhor para reconhecer a “necessidade da ordem”, que
ressaltar a presença do “caos”, nada melhor que criar um
panorama de “crise”.
“Crise econômica”,
“crise moral”, “crise nos conteúdos escolares”, “crise na
prática dos professores”. Crise por todos os lados.
Quanto ao
crescimento do pensamento conservador no Brasil, temos dois exemplos
recém saídos do forno:
O Projeto “Escola
sem partido” que consiste na supressão de temas políticos nas
escolas. Segundo este, a educação política deve ser dada pelos
pais em casa, não pelos professores nas escolas, sob o risco de
“doutrinarem” os alunos.
Outro exemplo a tal
“ideologia de gênero” - Temas como o respeito às diferenças
sexuais não devem ser tratados na escola. Não devemos dizer aos
nossos alunos, que além de “meninas” e “meninos”, existem
pessoas que se veem a si mesmas de formas diferentes.
Educação sexual é
tarefa dos pais! (sem dúvida! Mas os pais também ensinarão aos
seus filhos que, apesar de suas convicções religiosas, existem
grupos que se comportam de maneiras “diferentes” e que as pessoas
destes grupos também são dignas de respeito?). Suspeito que não!
Se o professor na
escola disser que existem pessoas que “escolheram ter um gênero
diferente do fenótipo que possuem”, e que apesar disto, por
fazerem parte da humanidade, tanto quanto os “meninos” e as
“meninas”, precisam ser tratados com dignidade e respeito, ele
estará praticando um crime?
Na cabeça de
alguns, se nossos filhos tiverem acesso a este tipo de informação,
e se tiverem que conviver com outros tipos de “gênero” talvez
eles também possam querer assumir uma identidade sexual “diferente”
das “tradicionais”. Quanta ingenuidade!
Será mesmo
ingenuidade? Será insegurança? Será só isto mesmo?
Tenho minhas
dúvidas!
Então, de acordo
com este modo de pensar, se o mundo nos apresenta um problema, o da
diversidade sexual, ao invés de olhar para os dados empíricos e
preparamos nossos filhos para lidar com o mundo real, é preferível
tamparmos o sol com a peneira!
Ignorar os fatos é
a melhor forma de se relacionar com a realidade? Não seria melhor
refletir sobre eles, procurar entendê-los, compreendê-los?
Aprendermos a conviver com a realidade não significa que vamos
literalmente nos conformar a ela (quer dizer tomar a sua forma).
Os defensores destas
ideias (da tese da “escola sem partido” e da luta contra a
“ideologia de gênero”) assumiram um suposto “papel histórico”,
o de defender, com unhas e dentes, a sociedade brasileira destas duas
novas formas de “ameaça”.
Assim, assistimos,
atônitos as propostas de criação de leis que impedem a discussão
de assuntos como política e identidades sexuais nas escolas. Isto,
em pleno século XXI!
Estas leis estão
sendo propostas e apoiadas pelos congressistas das bancadas mais
conservadoras do Congresso Nacional (que envolvem os ruralistas e os
religiosos, dentre outros).
Isto é apenas um
sinal de algo muito mais grave que tem ocorrido na sociedade
brasileira. A interpenetração da religião na política e da
política na religião.
No afã de levar
adiante seu plano de retomada dos rumos da nação, a “velha
guarda” da política nacional não mediu esforços para disseminar
sua ideologia do “caos” e da necessidade de conclamar as “massas”
às manifestações “públicas” supostamente “anticorrupção
até mesmo no interior dos templos.
No país inteiro,
com raríssimas exceções, os púlpitos das igrejas foram usados,
sobretudo os das igrejas evangélicas, para conclamar a população a
participar das manifestações de combate à “corrupção”, que
na verdade eram apenas a fachada para o projeto de destituir a
presidente Dilma do cargo que ocupava.
Uma vez cumprido o
seu objetivo principal, os pastores se calaram. Muito interessante!
Caberia perguntar a estes:
- E o combate à
corrupção, “já acabou?”
- Pessoal, cadê o
combate à corrupção? Vai ter passeata, quando vai ser? Também
quero participar!!! Vamos lá!!!
Quais são as
consequências desta interpenetração?
Ao meu ver são desastrosas!
Ao meu ver são desastrosas!
Por um lado,
utilizar líderes religiosos para fins político-partidários é algo
vergonhoso! Chega a ser totalmente antiético e imoral.
Por outro lado,
abrir brechas na legislação para redirecionar conteúdos e práticas
escolares, de acordo com valores desta ou daquela religião, entra em
choque com o caráter laico do Estado brasileiro. Tratam-se de
retrocessos histórico-sociais terríveis.
O que a sociedade
faz a respeito? Nada! Ou melhor, uma grande parte dela, apenas
reproduz os discursos da desinformação.
Como já disse
anteriormente, temos dois projetos de “modernização” para o
Brasil.
A velha guarda está
retomando o país para colocar em prática o seu “projeto” de
“modernidade” para a nação, e principalmente, para a sua elite.
Face a esta situação surgem uma série de questões:
Quais serão as consequências deste projeto para nós os cidadãos
brasileiros?
Quais serão as
consequências deste redirecionamento para o “nosso” patrimônio
nacional?
Estou falando do
pré-sal, estou falando da Amazônia, estou falando das
potencialidades que o Brasil possui para ser uma economia
autossuficiente.
Quais serão as
consequências para a educação?
Como ficará o
combate ao analfabetismo?
Como ficará o
combate à fome e à miséria?
Como ficarão as
populações indígenas?
Estas são questões
que se colocam como incógnitas para o futuro do nosso país.
Para onde estamos caminhando?
No desdobrar dos
acontecimentos caberia ainda salientar, apenas citando os personagens
mais recentes:
Tancredo Neves é
eleito, mas quem fica é José Sarney,
Entra Fernando
Color, mas quem fica é Itamar Franco,
Entra Dilma
Rousseff, mas quem permanece é Michel Temer...
Em que pese as
especificidades políticas e históricas que fazem parte dos
contextos específicos destas personagens, são tantas as
“coincidências”, que pergunto: como não ter a sensação de
Déjà Vu? Mudam as personagens, mudam os contextos, mas infelizmente
a estória continua.
Quando vamos retomar
a nossa história pelas nossas próprias mãos?
Por um período, já
vivemos este sonho.
Marcelo
Cernev
01.09.2016
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