quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Como entender o que está acontecendo no Brasil hoje?


Ontem à tarde, enquanto comprava pães em uma padaria próxima à minha casa, presenciei a transmissão “ao vivo” da posse do “novo” presidente, Michel Temer. A cena me fez lembrar do velho Marx segundo o qual a história nunca se repete, a menos que seja pela tragédia ou pela farsa.

Tragédias e farsas fazem parte do nosso contexto político, infelizmente, muito mais do que julgaríamos ser algo “aceitável”.

Como entender o que está acontecendo neste país? Uma presidente, eleita pelo voto popular é destituída de seu cargo, em nome de um suposto “crime” que não cometeu e que todos sabem que não cometeu.

Mesmo assim, é julgada, e afastada por por um parlamento que não tem condições de julgar com retidão nem mesmo os seus próprios pares.

Como entender mais esta “tragédia” da vida nacional brasileira?

Aqui, mais uma vez, “tragédia” e “farsa” andam de mãos dadas.

Pois bem, escrevo as linhas abaixo, como um desabafo, a quem interessar possa...

Existem dois projetos políticos para o Brasil que correspondem a dois modelos de Estado:

Um projeto de integração ao capitalismo global (com expropriação das riquezas nacionais e sua apropriação privada).
Este projeto se conjuga ao Estado Neoliberal, ou seja, a uma concepção de estado mínimo, enxuto, que deve funcionar como uma empresa, que deve reduzir os gastos sociais, e garantir ao capital sua reprodução ampliada.

Outro projeto é o do desenvolvimento nacional (com ampliação do mercado interno) e cautela em relação à administração das riquezas nacionais.

A este segundo projeto se conjuga um modelo de estado neodesenvolvimentista, com políticas públicas de:
- Combate à fome (redistribuição mínima de renda);
- Garantia de direitos trabalhistas;
- Desenvolvimento e fortalecimento da educação, como:
       - Construção de universidades;
       - O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID);
       - Políticas de acesso à educação superior:
       - Cotas (raciais e sociais);
       - PROUNE (com bolsas parciais e integrais de estudo em universidades privadas);
       - Ampliação do FIES; 
- Políticas de acesso à moradia:
       - Linhas de crédito imobiliário destinado às populações de baixa renda;
       - Subsídio para imóveis de baixo valor de mercado, destinados às populações de baixa renda.

Em relação aos diferentes projetos para o Brasil, caberia levantar algumas questões importantes:

Qual é o projeto de país que a elite econômica brasileira quer?

No Brasil, as classes positivamente privilegiadas no mercado estão preocupadas com o combate à fome, com o combate ao analfabetismo, com o combate à pobreza?

A população brasileira tem consciência da dívida moral que o Brasil tem com os afrodescendentes?

A população brasileira tem consciência da dívida moral para com as populações autóctones brasileiras, indevidamente denominadas como “populações indígenas”?


No Brasil existe uma diferença muito grande entre a história e a “história oficial”.

Vamos pegar como exemplo algo sobre o qual os “brasileiros” nem refletem mais. Vejamos o caso dos “índios”.

Qual é o papel atribuído aos índios na história do Brasil?

O papel de sujeito alheio ao processo de “civilização” representado pelos colonizadores/conquistadores europeus.

O índio sempre foi pensado como um “entrave”, um “obstáculo”, mais recentemente, até mesmo como um “estorvo” ao “progresso”.

Por baixo destas ideias existe uma história que foi apagada da mente dos “brasileiros”.

Os índios foram muito importantes na colonização brasileira.

Por muitos anos, a principal língua falada no Brasil não foi a língua portuguesa, mas sim o Tupi.

Como diz Darcy Ribeiro, nós só não somos um país bilingue por causa da gana dos portugueses.

Observem os nomes da toponímia paulista: Araçatuba, Araraquara, Avaré, Barueri, Bauru, Botucatu, Butantã, Caraguatatuba, Guaratinguetá, Ibirapuera, Indaiatuba, Itaquaquecetuba, Piracicaba.

Todos estes nomes são Tupi. Por que estas regiões receberam estes nomes? Foi porque os portugueses acharam “bonitinhos”, “agradáveis”, ou teria sido pelo seu “exotismo”? Claro que não, receberam esta denominação porque eles eram significativos no período. Eles faziam parte da língua que era falada!

A nomenclatura Tupi não está restrita à topografia de São Paulo. Ela está presente em muitos outros locais, como por exemplo:

Iguaçu, Iguatemi, Itajaí, Mandaguari, Paraná, Paranaguá, Tatuapé, Tijuca...

Até mesmo “Curitiba” (que em Tupi significa um ajuntamento de pinheiros).

Quais são as representações sociais sobre os “índios” no Brasil?

- Eles são tidos como “indolentes”, “preguiçosos”, “vagabundos”, “aculturados” etc.

- Acredita-se que eles “não serviam para o trabalho escravo”, e que por isto o Brasil teve que importar os negros, trazidos da África.

Enquanto brasileiros, ignoramos que grande parte da colonização brasileira foi feita através de trabalho escravo indígena.

Por isto, o índio brasileiro já chegou a ser considerado como o “negro da terra”.

Mas o que sabemos sobre estas coisas?

Absolutamente nada.

O que sabemos sobre o papel do negro na produção da riqueza brasileira?

Nada! Eles foram gastos como “sacos de carvão” na indústria do engenho de açúcar no Brasil!

Após a abolição da escravidão o que foi destinado a eles?

Nada. Para sobreviver abarrotaram as periferias das cidades, já que com a “Lei de Terras, criada em 1850” toda a terra brasileira tinha dono e assim, logo após a abolição da escravidão, negro aforriado não tinha como ter acesso à terra para dela tirar sua subsistência.

Voltando aos índios, quando da colonização do Brasil, houve uma disputa entre dois projetos políticos para lidar com as populações indígenas brasileiras:

Por um lado, havia o projeto português para explorar as novas terras e dela extrair a maior quantidade de riquezas possível.

Por outro lado, havia o projeto espanhol de catequizar os índios e construir uma república pia com a população autóctone.

Surgiram as missões jesuíticas que abrangiam partes dos território sul brasileiro, e dos território que atualmente fazem parte da Argentina e do Paraguai.

Estas missões organizaram verdadeiras cidades indígenas, altamente organizadas e autossustentáveis.

Na disputa entre os missionários e os portugueses, qual projeto prevaleceu?

Não é difícil “advinhar” a resposta: o português.

O que aconteceu com as missões jesuíticas?

Foram assaltadas pelos bandeirantes paulistas que aprisionaram os índios e os levaram para vender como escravos para o sudeste e nordeste brasileiro.

O que a maior parte da população brasileira sabe a respeito desta história no Brasil? Nada.

Ficaram as ruínas das construções, que na cabeça dos “brasileiros” são no máximo mais um dos “pontos turísticos” que podem ir a ser visitados, como por exemplo, é o caso dos Sete Povos das Missões no atual estado do Rio Grande do Sul.

O que nós brasileiros, sabemos sobre nós mesmos?

O que nós brasileiros sabemos sobre nossa inserção na história?

O que sabemos sobre a história dos nossos irmãos latino-americanos?

O que somos hoje e o que seremos no futuro, está ligado ao nosso passado colonial, e às nossas mazelas histórico-sociais que se seguiram.

A política não anda “sozinha”. Ela não é uma esfera autônoma da realidade social, que de tempos em tempos precisa ser expurgada, para retomar o seu “caminho natural”.

Vamos fazer um “combate à corrupção”, vamos afastar uma presidente eleita e vamos deixar as coisas voltarem à “normalidade”.

Não existe “normalidade”, a sociologia, a antropologia e a ciência política nos ajudam justamente a “desnaturalizarmos o mundo social”, a reconhecermos como ele foi constituído e é dialeticamente (re)produzido.

A política nunca para. Ela está em constante “movimento”.

O que precisamos fazer? Precisamos montar as peças do tabuleiro. Não temos apenas um quebra-cabeças a reconstituir sobre o Brasil. Fazemos parte de um jogo muito importante, e muitas vezes, não nos reconhecemos como componentes deste jogo.

Há décadas se fala que a educação é o caminho para o desenvolvimento do nosso país. Pois bem, ela não é o apanágio para os dilemas brasileiros. Mas de fato ela é fundamental!

Porém, já houve momento histórico no qual a educação fosse tão pouco valorizada como é nos dias de hoje?

Estamos em 2016, para muito de nós o “futuro já chegou”.

Sou nascido na década de 60. Quando era criança, imaginava o que seria nos anos 2000. Sempre gostei muito de tecnologia, sonhava com o que futuro poderia nos reservar.

Hoje vivemos a ideia da “aldeia global”. Nunca as comunicações foram tão rápidas como atualmente. Muito da ficção científica da década de 70, se tornou realidade. Telefone celular, internet, mídias digitais.

Porém, se por um lado a tecnologia trouxe muitos avanços, por outro lado, ela tem possibiitado tremendos retrocessos.

Nunca se comunicou tanto no planeta Terra como hoje. Em contrapartida, nunca houve tanta “desinformação”, principalmente no Brasil.

Ao lado das redes de telecomunicações, como no Brasil, a “Rede Globo” há as redes sociais, que tem como substrato a internet.

A internet integrou o mundo! Posso comprar o que quiser em qualquer lugar do mundo e fazer operações financeiras em tempo real.

Quais foram os avanços que as redes sociais trouxeram?

Elas “aproximaram as pessoas”, agora podemos percorrer o globo com apenas alguns cliques no mouse. Resultado da globalização! Posso conversar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, a qualquer momento, com som e com imagem! Viva a globalização tecnológica!

Mas este poder comunicacional trouxe avanços para sabermos quem somos, de onde viemos, para refletirmos para onde vamos?

Infelizmente, não!

O que assistimos pela “rede” é a demonização da política, é o desenvolvimento de todo tipo de preconceito social, como a homofobia por exemplo. Há um recrudescimento dos preconceitos contra grupos, seja por questões raciais, regionais, étnicas ou mesmo sexuais.

Que avanço!!!

Parece que ao invés de “evoluirmos” no que se refere a questões como o “respeito” à humanidade, involuímos no sentido de atingirmos patamares da mais baixa condição possível de sociabilidade, a do desprezo, da difamação e da violência simbólica contra o alterno (aquele que não faz parte do “meu grupo”, seja ele social, afetivo ou político).

Se por um lado, através do facebook, as pessoas se projetam com suas máscaras sociais, por outro lado, muitas vezes elas se “desnudam” no que diz respeito aos seus preconceitos.

É como se o vitual estimulasse os indivíduos, ao mesmo tempo, a mostrar aquilo que eles querem que as pessoas vejam deles, ou a forma como querem serem vistos, e também possibilitasse demonstrar aquilo no qual eles verdadeiramente acreditam. Num mesmo produto, parte da aparência e parte da essência.

Talvez estejamos frente a uma nova forma de (re)construção das identidades, uma forma mais tecnológica, mas também ainda mais narcisística.

Assim, ao invés de usarmos a tecnologia para progredirmos, para conhecermos e respeitarmos as diferenças, a utilizamos para nos alienar cada vez mais da realidade.

Além da desinformação das redes sociais, há o entretenimento digital revisitado, agora não mais como ficção a ser consumida, mas como competição narcisista entre internautas.

Não basta ter o carro do ano, não basta fazer a “viagem dos sonhos”, não basta estar com as “pessoas” amadas. É necessário mostrar, exteriorizar, publicar, publicizar a individualidade e em alguns casos até mesmo a mais grotesca intimidade, como se fizéssemos parte de um grande reality show.

Enquanto isto, o mundo ao nosso redor, muda o tempo todo, e nós corremos o risco de sermos apenas espectadores olhando para nossos “espelhos digitais”. Ou no máximo coadjuvantes de um roteiro muito bem traçado, sem sequer saber, que fazemos parte da grande trama “global”.

De tempos em tempos, podemos ser chamados “a atuar” no grande “circo”, para demonstrar nosso potencial de manifestação social “espontânea”. Mas a maior parte das vezes, somos chamados a assumirmos nosso papel de “telespectadores” da realidade social brasileira.

Sentados em nossas poltronas, seja no conforto da sala de estar, seja atrás dos volantes dos nossos veículos, seja atrás das mesas de escritório, nos bancos escolares, ou mesmo nas fábricas, todos nós temos uma função principal a ser repetidamente desempenhada: a de sermos espectadores dos novos capítulos que virão.

De tempos em tempos, mudam os personagens, mas a dramaturgia sempre segue a mesma linha e o mesmo modelo. É como se assistíssemos sempre e repetidamente uma mesma trama, mas sem conseguirmos perceber.

Enquanto isto, o país parece seguir o seu destino. Rumo à “justiça” e ao “fim da corrupção”. Que legal! Presidente novo! Hino Nacional! Isto me faz lembrar da minha infância, quando via o General Geisel discursando na TV, enquanto brincava com meus carrinhos na sala da minha casa.

Parece que nada mudou. Afinal, a velha questão da ordem!

Brasil, “ordem e progresso”!

Brasil, “ame ou deixe-o”!

Ordem de quem? Ordem para quem? Qual é o projeto de país que está retomando ao poder hoje?


Não é à toa que temos assistido ao crescimento do pensamento conservador no Brasil.

Este pensamento fornece parte da base ideológica para a retomada do poder no país. Nada melhor para reconhecer a “necessidade da ordem”, que ressaltar a presença do “caos”, nada melhor que criar um panorama de “crise”.
“Crise econômica”, “crise moral”, “crise nos conteúdos escolares”, “crise na prática dos professores”. Crise por todos os lados.

Quanto ao crescimento do pensamento conservador no Brasil, temos dois exemplos recém saídos do forno:

O Projeto “Escola sem partido” que consiste na supressão de temas políticos nas escolas. Segundo este, a educação política deve ser dada pelos pais em casa, não pelos professores nas escolas, sob o risco de “doutrinarem” os alunos.

Outro exemplo a tal “ideologia de gênero” - Temas como o respeito às diferenças sexuais não devem ser tratados na escola. Não devemos dizer aos nossos alunos, que além de “meninas” e “meninos”, existem pessoas que se veem a si mesmas de formas diferentes.

Educação sexual é tarefa dos pais! (sem dúvida! Mas os pais também ensinarão aos seus filhos que, apesar de suas convicções religiosas, existem grupos que se comportam de maneiras “diferentes” e que as pessoas destes grupos também são dignas de respeito?). Suspeito que não!

Se o professor na escola disser que existem pessoas que “escolheram ter um gênero diferente do fenótipo que possuem”, e que apesar disto, por fazerem parte da humanidade, tanto quanto os “meninos” e as “meninas”, precisam ser tratados com dignidade e respeito, ele estará praticando um crime?

Na cabeça de alguns, se nossos filhos tiverem acesso a este tipo de informação, e se tiverem que conviver com outros tipos de “gênero” talvez eles também possam querer assumir uma identidade sexual “diferente” das “tradicionais”. Quanta ingenuidade!

Será mesmo ingenuidade? Será insegurança? Será só isto mesmo?

Tenho minhas dúvidas!

Então, de acordo com este modo de pensar, se o mundo nos apresenta um problema, o da diversidade sexual, ao invés de olhar para os dados empíricos e preparamos nossos filhos para lidar com o mundo real, é preferível tamparmos o sol com a peneira!

Ignorar os fatos é a melhor forma de se relacionar com a realidade? Não seria melhor refletir sobre eles, procurar entendê-los, compreendê-los? Aprendermos a conviver com a realidade não significa que vamos literalmente nos conformar a ela (quer dizer tomar a sua forma).

Os defensores destas ideias (da tese da “escola sem partido” e da luta contra a “ideologia de gênero”) assumiram um suposto “papel histórico”, o de defender, com unhas e dentes, a sociedade brasileira destas duas novas formas de “ameaça”.

Assim, assistimos, atônitos as propostas de criação de leis que impedem a discussão de assuntos como política e identidades sexuais nas escolas. Isto, em pleno século XXI!
Estas leis estão sendo propostas e apoiadas pelos congressistas das bancadas mais conservadoras do Congresso Nacional (que envolvem os ruralistas e os religiosos, dentre outros).

Isto é apenas um sinal de algo muito mais grave que tem ocorrido na sociedade brasileira. A interpenetração da religião na política e da política na religião.

No afã de levar adiante seu plano de retomada dos rumos da nação, a “velha guarda” da política nacional não mediu esforços para disseminar sua ideologia do “caos” e da necessidade de conclamar as “massas” às manifestações “públicas” supostamente “anticorrupção até mesmo no interior dos templos.

No país inteiro, com raríssimas exceções, os púlpitos das igrejas foram usados, sobretudo os das igrejas evangélicas, para conclamar a população a participar das manifestações de combate à “corrupção”, que na verdade eram apenas a fachada para o projeto de destituir a presidente Dilma do cargo que ocupava.

Uma vez cumprido o seu objetivo principal, os pastores se calaram. Muito interessante! Caberia perguntar a estes:

- E o combate à corrupção, “já acabou?”
- Pessoal, cadê o combate à corrupção? Vai ter passeata, quando vai ser? Também quero participar!!! Vamos lá!!!


Quais são as consequências desta interpenetração? 

Ao meu ver são desastrosas!

Por um lado, utilizar líderes religiosos para fins político-partidários é algo vergonhoso! Chega a ser totalmente antiético e imoral.

Por outro lado, abrir brechas na legislação para redirecionar conteúdos e práticas escolares, de acordo com valores desta ou daquela religião, entra em choque com o caráter laico do Estado brasileiro. Tratam-se de retrocessos histórico-sociais terríveis.

O que a sociedade faz a respeito? Nada! Ou melhor, uma grande parte dela, apenas reproduz os discursos da desinformação.

Como já disse anteriormente, temos dois projetos de “modernização” para o Brasil.

A velha guarda está retomando o país para colocar em prática o seu “projeto” de “modernidade” para a nação, e principalmente, para a sua elite.

Face a esta situação surgem uma série de questões:

Quais serão as consequências deste projeto para nós os cidadãos brasileiros?

Quais serão as consequências deste redirecionamento para o “nosso” patrimônio nacional?

Estou falando do pré-sal, estou falando da Amazônia, estou falando das potencialidades que o Brasil possui para ser uma economia autossuficiente.

Quais serão as consequências para a educação?

Como ficará o combate ao analfabetismo?

Como ficará o combate à fome e à miséria?

Como ficarão as populações indígenas?

Estas são questões que se colocam como incógnitas para o futuro do nosso país.

Para onde estamos caminhando?

No desdobrar dos acontecimentos caberia ainda salientar, apenas citando os personagens mais recentes:

Tancredo Neves é eleito, mas quem fica é José Sarney,

Entra Fernando Color, mas quem fica é Itamar Franco,

Entra Dilma Rousseff, mas quem permanece é Michel Temer...

Em que pese as especificidades políticas e históricas que fazem parte dos contextos específicos destas personagens, são tantas as “coincidências”, que pergunto: como não ter a sensação de Déjà Vu? Mudam as personagens, mudam os contextos, mas infelizmente a estória continua.

Quando vamos retomar a nossa história pelas nossas próprias mãos?

Por um período, já vivemos este sonho.

Marcelo Cernev
01.09.2016

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